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Tendo participado tanto da cúpula da Organização do Tratado de Segurança Coletiva em Astana quanto da cúpula da OTAN em Washington DC, o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan deixou clara a oposição da Turquia à escalada de conflitos com a Rússia e ao apoio dos EUA a Israel. Enquanto os EUA tentam sua habitual abordagem de cenoura e bastão, a Turquia, Rússia e China estão estreitando laços na Organização de Cooperação de Xangai (SCO), mostrando um alinhamento crescente dos interesses turcos com Moscou e Pequim. A tensão aumenta com as ameaças de sanções dos EUA à Turquia e o projeto de lei que poderia sancionar a empresa nuclear russa Rosatom, colocando em risco a usina nuclear turca.
A presença da Turquia na SCO demonstra uma mudança significativa e estratégica para o leste, afastando-se cada vez mais das pressões do Ocidente. Enquanto a UE continua sendo o principal parceiro comercial da Turquia, o país busca novas oportunidades de investimento e cooperação, principalmente com a China. O aumento exponencial das exportações turcas para os países da SCO e as perspectivas de investimento chinês no país sinalizam uma mudança no paradigma econômico da Turquia, buscando se tornar um polo de produção e exportação para o mercado europeu.
A reaproximação entre Turquia e Síria, com a possibilidade de uma reconciliação, representaria não apenas um avanço nas relações entre os dois países, mas também poderia minar a presença dos EUA na região. A declaração de neutralidade de Erdoğan em conflitos externos e a busca por investimentos chineses destacam a posição estratégica da Turquia como uma ponte entre o Oriente e o Ocidente. A crescente influência e cooperação com Rússia e China refletem uma tendência de realinhamento geopolítico da Turquia e um afastamento da dependência do Ocidente. Em um mundo multipolar, a Turquia parece apostar em tornar-se um ator relevante no centro da Eurásia, fortalecendo sua posição e ampliando suas opções estratégicas.
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